A human brain being measured  with a measuring tape. Human Intelligence

Human Intelligence: Historical influences, current controversies, teaching resources.


 
 
      Interactive Map | Alphabetical Index | Time Period Index

Interactive Map       

Alphabetical Index       

Time Period Index       

Hot Topics       


Map - PDF       


About This Site       

How to Cite this Site       

References       

Contributors       

Comments       


Jean-Martin Charcot

(29 de Novembro de 1825 – 16 de Agosto de 1893)
Neurologista Francês


Influências

  • Aluno de:
  • Influenciado por:
  • Alunos: Freud, Binet
  • Influenciou:
  • Período Histórico: Fundamentos Modernos

Educação

  • Escola Médica de Paris (1843-1853)

Carreira

  • Nomeado Chef de clinique (Chefe da Clínica), Escola Médica de Paris (1853-1855)
  • Nomeado Médecin du Bureau Central (Médico do Escritório Central), Escola Médica de Paris (1856-1860)
  • Tornou-se professor associado na Escola Médica de Paris (1960-1861)
  • Eleito Vice-Presidente da Société de Biologie – Sociedade de Biologia (1861)
  • Nomeado Chef de service (Coordenador da Clínica) no Hospital Salpêtrière em Paris (1862-1872)
  • Professor e Cadeira de Anatomia Patológica no Hospital Salpêtrière (1872-1893)

Principais Contribuições

  • Foi um dos neurologistas mais famosos de todos os tempos
  • Foi um professor influente: Sigmund Freud e Alfred Binet foram seus alunos em Salpêtrière
  • Ele descobriu e descreveu uma variedade de doenças de base neurológica, incluindo: Junta de Charcot, Pé de Charcot, Doença de Charcot (Esclerose Lateral Amiotrófica) e Doença de Charcot-Marie-Tooth
  • Foi um dos primeiros a relacionar lesões anatômicas especificas a uma variedade de desordens neurológicas, incluindo Epilepsia, Esclerose Múltipla e Derrames (Goetz et al., 1995, p. XIX).

Ideias e Interesses
Os psicólogos do século 21 estão interessados principalmente na pesquisa de Charcot sobre as causas da Histeria. Embora esta doença tenha se manifestado de forma diferente em cada paciente, a maioria deles sofria uma combinação de sintomas físicos e psicológicos, que podiam incluir delírio, paralisia, rigidez e contração dos músculos, cegueira, incapacidade de falar, perda de sensibilidade, vômito, hemorragia, convulsões, deformidades nas juntas e abdômen distendido. Muitos médicos daquela época acusaram os pacientes histéricos de simulação e fraude, mas Charcot estava convencido de que os pacientes acreditavam que seus sintomas eram reais e que os sintomas físicos eram indicativos de um problema psicológico genuíno (Fancher, 1985, p.53).

Para investigar a hipótese, Charcot combinou seus métodos de diagnóstico, tradicionalmente meticulosos, com técnicas experimentais inovadoras envolvendo hipnotismo, magnetismo e eletricidade. Embora a ciência moderna reconheça que tanto seus métodos quanto suas conclusões eram falhos, ele ainda é reconhecido como um pioneiro no esforço de vincular os processos fisiológicos e aos mentais (Goetz et al., 1995, p. 197-198).

Charcot também é famoso por seu estilo de ensino teatral. Ele substituiu as tradicionais rondas hospitalares no Salpêtrière por demonstrações clínicas e entrevistas com pacientes no anfiteatro do hospital. Estes dramáticos “shows de histeria” (Hunter, 1998) chamaram a atenção de intelectuais não-médicos e despertou a curiosidade do público na medida em que a histeria se tornou quase moda. Apesar de Charcot ter sido acusado de voyeurismo e exploração, ele é creditado por ter adicionado a palavra “neurologia” ao vocabulário cotidiano da população parisiense (Goetz et al., 1995, p. XIX).

As contribuições de Charcot para a história dos testes de inteligência são quatro. Primeiro, ele estabeleceu e popularizou a neurologia como uma ciência peculiar. Em segundo lugar, seu trabalho com histéricos hipnotizados obscureceu a linha entre a investigação fisiológica e psicológica, abrindo o caminho para os pesquisadores da inteligência interessados em correlatos neurofisiológicos e genéticos da inteligência. Em terceiro lugar, ele manteve uma postura moderada (e às vezes impopular) sobre o problema da hereditariedade-ambiente. Ele foi um dos primeiros defensores do modelo diátese-estresse (diasthesis-stress model), isto é, ele acreditava que os pacientes histéricos herdavam uma predisposição genética para a doença, mas que a doença tornava-se manifesta apenas depois da exposição a estressores ambientais específicos. Este modelo é amplamente aceito hoje como uma explicação para a interação entre genética e ambiente. Em quarto lugar, tanto Alfred Binet quanto Sigmund Freud passaram um tempo trabalhando com Charcot em Salpêtrière.

Por cinco meses, durante 1885 e 1886, Freud assistiu às demonstrações clínicas de histeria de Charcot no anfiteatro Salpêtrière. Na época de sua visita, Freud era um neurologista e muitos historiadores acreditam que sua residência temporária com Charcot é parcialmente responsável por seu interesse profissional futuro em processos inconscientes. De fato, alguns historiadores afirmam que as investigações de Charcot sobre as causas da histeria podem ter sido um precursor para a psicanálise freudiana (Goetz et al., 1995, pp. 210, 336).

Alfred Binet passou sete anos trabalhando com os histéricos hipnotizados de Charcot e há pouca dúvida de que a experiência mudou o rumo de sua carreira. Charcot tinha chegado a acreditar que a suscetibilidade à hipnose era um indicador de histeria latente. Ele baseou essa crença no fato de que os sintomas histéricos podiam ser reproduzidos por sugestão hipnótica (Fancher, 1985, p. 54). Binet viu as demonstrações de Charcot e devotamente aceitou a hipótese de seu mentor. Ele rapidamente publicou quatro artigos descrevendo o sucesso das experiências de Charcot. No entanto, quando as evidências começaram a mostrar que o delineamento experimental de Charcot era substancialmente falho, Binet foi forçado a admitir publicamente que estava errado (Wolf, 1972, p. 5). Este constrangimento ensinou Binet a ser um pesquisador mais cuidadoso, por isso é provável que a qualidade de seu futuro trabalho com inteligência foi positivamente afetado por esta experiência. Além disso, a preferência de Charcot por uma análise detalhada de estudo de caso viria a ser refletida na metodologia de Binet (Fancher, 1985, p. 57).

Publicações Selecionadas

Charcot, J.M. (1875). Sur les localizations cérébrales. Comptes-Rendus des Seánces et Mémoires de la Société de Biologie, 24, 400-404.
Charcot, J.M. (1877). Lectures on the diseases of the nervous system, delivered at La Salpêtrière. London.
Charcot, J.M. (1882). Physiologie pathologique. Sur les divers états nerveux déterminés par l'hypnotisation chez les hystériques. [Pathological physiology: On the various nervous states determined by the hypnotisation of hystericals]. Comptes rendus de l'Académie Des Sciences, 94, 403-405.
Charcot, J.M. (1885). Oeuvres complètes. [Complete works]. Paris: Bureau du Progrès Mèdical.
Referências
Fancher, R.E. (1985). The intelligence men: Makers of the IQ controversy. New York: W.W. Norton & Company.
Goetz, C.G., Bonduelle, M., & Gelfand, T. (1995). Charcot: Constructing neurology. New York: Oxford University Press.
Hunter, D. (Ed.). (1998). The makings of Dr. Charcot's hysteria shows. Lampeter, Cerdigion, Wales: The Edwin Mellen Press, Ltd.
Wolf, T.H. (1973). Alfred Binet. Chicago: University of Chicago Press.
Imagem: cortesia da Biblioteca Nacional de Medicina (National Library of Medicine)

Tradução: Ingredy Ribeiro Buss
Supervisão e revisão técnica: Patrícia Silva Lúcio


Home | Interactive Map | Alphabetic Index | Time Period Index
Hot Topics | Map - PDF | References | Contributors | Comments

For further information please contact
Content questions: Dr. Jonathan Plucker (jonathan.plucker AT uconn.edu)
Technical questions: Technology Co-Director (intelltheory AT gmail.com)
Copyright © 2013


Last Modified: 29 April 2018